Faze do instante que passa
Toda a tua aspiração,
Que o mundo cheio de graça
Caberá na tua mão!
Sê sóbrio: como um copo de água,
Um fruto e um pouco de pão,
Nem sombra de leve mágoa
Cortará teu coração...
Ama a rude terra virgem,
Com todo teu rude amor;
Pois colherás, na vertigem
De cada snho, uma flor.
Sofre em silêncio, sozinho,
Porque os sofrimentos são
O mais saboroso vinho
Para a sombra e a solidão...
E quando, um dia, o cansaço
Descer ao teu coração,
Une à terra o peito lasso
E morre, beijando o chão!
Morre assim como indeciso
Fumo que nos ares vai,
Morre num breve sorriso,
Como uma flor que cai...
Ângela!
Para que, no avançar dos anos, quando a memória já se tornar fugidia, tomando deste álbum, lembre-se dum seu amigo de tempos idos. E assim reviva na imaginação os dias, certamente felizes, de sua juventude...
Dionisio Luiz Fogliatto
Mariópolis, 30 de abril de 1963.
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