Meu velho poncho crioulo,
Pano de lei, velho abrigo!
Tu foste o meu berço amigo
No momento em que nasci.
Desde então sempre vivi,
Sob o teu calor paterno.
Em tropeadas, pelo inverno,
Eras meu toldo cigano.
Hoje o destino aragano,
Reduziu-te a pobre trapo,
Meu velho poncho farrapo
De lutas mil, veterano.
Ó velha prenda crioula,
Meu berço, minha barraca,
Bordada a ponta de faca,
No bastidor das peleias!
Meu coração tu maneias
No traçado do teu pano,
Onde canta o minuano,
Por entre os furos de bala.
Em teu panejar trescala
O passado desta terra,
E a glória de muitas guerras
Que a tua pobreza assinala.
Pensamento:
"O fim de um namoro não causa dores, apenas um bocadinho de mágoas."
Sinceramente
Lourdes Manfroi
Nenhum comentário:
Postar um comentário