Hoje, correm devagar as águas cristalinas
Entre a sombra e a luz, entre cores e movimento,
Sorrio como criança, aplaco a solidão...
... Levo flores para o rio, nas correntes para o mar.
Procuro os véus azuis guardados no meu castelo
Sobraçado sobre o rio, mito de asas que voam,
Do sol brilhando aqui, estrelas e outros astros,
Na poesia mato a dor e nas águas deste rio...
Vou trilhando, solitária, dia a dia o meu caminho,
Tantas vezes eu canto, como pássaro sem ninho
Metade de mim aqui, a outra metade ausente...
Busco no rio as palavras, no cascalho lá do fundo;
Conheço de cor as veredas contornadas pelo rio,
Águas fazem a música, embalam-me eternamente,
Na doce canção da brisa, num sopro inacabado...
Envolvo-me na onda azul, retrato vivo da alma,
Erro os passos, erro as brumas, sombras e ventanias
Todas as intempéries são visíveis no meu rosto...
E, agora que as águas do rio são calmas e radiantes
Fica em ti a resposta: para onde vou com o rio?!
Fátima Custódio
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