AMARRAS

AMARRAS

Quero soltar as amarras
que me prendem a tantos fatospassados, idos, já vividos...
rememorados em retratos.


Quero me desfazer das algemas
que ferem , seguram e me torturam,
fazendo sangrar meus pulsos,
lembrando de tantas amarguras.


Há grades para serem derrubadas,
muros que devo transpor
pra ir em busca do amor.


E me lanço em queda livre,
do alto de um penhasco de dores
onde se debate minha alma, em estertores.


Ultrapassarei todas as portas
nada vai me deter!
Vencerei todas as barreiras.
Ainda não me sinto morta,
liberto-me para viver.

(Ângela Mendes, 25/07/2012)

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ABRIR A PORTA

Um pássaro
enclausurado...
que triste vida!
Ter um céu infinito
para nele voar

e sentir-se solitário
nessa prisão!

Água e alpiste lhe dão,

mas não veem

seu coração...

Quer soltar-se

pelo espaço,

entre as nuvens

voar...voar...

buscar um ninho

para repousar ...

Liberte-o!

Deixe-o ir...

Quem mais

sentirá o sabor

dessa liberdade

é você que com amor

a porta abriu!

Ângela Mendes, 25/07/2012

APRISIONADA

Inquieto colibri, dança no ar,

nem imagina

o perigo que ronda ali...

Vem colher o néctar da flor,

para espalhar por aí.

Como essa ave indefesa

tornei-me tua presa.

Nunca mais voarei

pois teu golpe fatal,

fez-me cair na armadilha

do teu abraço,

eterno laço...

Teu olhar me enfeitiçou

e sem oferecer resistência,

como o colibri,

sou apanhada por ti...

Ângela Mendes, 18/07/2012

FACES DO VIVER- Ângela Mendes

"Buscar a cada dia

descobrir em cada face

da alma a magia

e como a vida renasce."

Tarefa nada fácil

enfrentar o viver

com suas múltiplas faces.

Num dia a dor,

noutro a desesperança,

por vezes a indignação,

o ódio e a violência.

Outro dia amanhece

e a revolta nos oprime,

mas queremos buscar

a harmonia, a paz,

o amor, a esperança...

E colocamos na face

um sorriso para colorir o dia

e espalhar pelo Universo

todo o amor que ele precisa

para se transformar.

E essa realidade será possível

se começarmos em nós,

partindo do nosso íntimo,

efetuar a mudança,

do que julgamos utopia,

semeando a esperança.

(Ângela Mendes, 22/07/2012)

MEU EU

MEU EU...

Fito o horizonte

meu olhar se perde no vazio...

busco respostas

às perguntas que me angustiam.

Quem sou eu?

Sou como a onda do mar

num vai e vem constante,

ora calma, ora revolta,

muitas vezes um tsunami.

Busco um espelho

e nele se reflete uma imagem.

Fico despida,

pés descalços,

alma em transe,

procuro no meu interior,

minha essência...

Encontro o amor,

a amizade,

a doação,

o caráter,

o carinho,

o perdão,

a ternura,

a solidariedade...

E só então me encontro,

inteira, edificada,

nessa união de valores

de dar e receber

aí está minha essência,

como ser humano.

Ângela Mendes