domingo, 5 de agosto de 2012

AS TAÇAS


Foram tantas portas
que pelos caminhos encontrei...
Uma despertou-me atenção:
era a porta do meu viver... entrei.
Havia taças espalhadas
sobre uma tosca mesa e
dentro delas um néctar
cujo odor espalhava-se pelo ar.
Bebi da primeira...era a da infância
tinha o sabor dos risos,
de peraltices, de contos de fadas.
A segunda, mais completa,
era a da juventude...
tinha o sabor das inquietudes,
do florir dos sonhos...tantos!
Do despertar do amor,
da ilusão, do viver em plenitude.
A terceira, transbordava
era a da idade adulta
plena de realizações,
união de corações,
que um ao outro completava.
E empolgada bebi:
tinha o sabor dos risos, alegrias, amizades,
família...enfim...só felicidades.
Mas uma me chamou a atenção
era a maior, repleta, derramava
dela bebi...um gosto salgado
eram das lágrimas que chorei
nos caminhos por ande andei,
dos amores que perdi...
Outra vazia...me esperava
nada dentro apenas um bilhete
estava escrito: LEMBRETE:
"Será preenchida na partida
sem mais caminhos a trilhar nesta vida."
Fiquei a meditar...
Preciso viver
sem a vergonha de ser feliz,
para esta taça preencher
com o néctar que colhi
nos caminhos que percorri.
Ângela Mendes, 05/08/2012

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